Tempo de leitura: 2 minutos
A tecnologia já transformou diversos setores da sociedade, e agora também está revolucionando a forma de governar. As govtechs – startups e empresas que desenvolvem soluções tecnológicas para o setor público – estão ganhando espaço e transformando a maneira como os governos se relacionam com os cidadãos.
Com soluções que vão desde a automatização de processos internos até aplicativos que permitem a participação direta dos cidadãos nas políticas públicas, as govtechs provocam um impacto positivo na gestão pública, como a redução de custos e do tempo de resposta às demandas da comunidade.
Segundo o CEO do BrazilLab, Guilherme Dominguez, o crescimento desse ecossistema nos últimos cinco anos ocorreu em volume e qualidade, principalmente se comparado ao último estudo realizado em parceria com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).
Em 2019, quando o mapeamento foi divulgado, foram identificadas 80 govtechs brasileiras vendendo de maneira consistente para governos ou atuando em parcerias com o setor público de forma recorrente. Apenas 20 iniciativas de inovação aberta para o governo existiam há cinco anos.
De lá para cá, mais de 300 startups, pequenas e médias empresas foram criadas e passaram a vender ou colaborar com o governo. Um aumento de 275% na oferta de soluções focadas em resolver problemas do setor público. Hoje são 170 iniciativas de inovação aberta ou laboratórios de inovação voltadas para esse mercado, um crescimento de quase 9 vezes, segundo o BrazilLab.
“O ecossistema govtech está num momento consolidado, cresceu três vezes em relação aos últimos cinco anos e nos deixa otimistas de que talvez cresça no mesmo ritmo até 2030”, aponta Guilherme.
O Brasil também tem se destacado no cenário mundial. De acordo com o GovTech Maturity Index de 2022, o país aparece no top 10, mostrando que tem investido em projetos tecnológicos para aprimorar serviços públicos.
A oferta qualificada de soluções tecnológicas, a demanda crescente por transformação digital nos órgãos públicos, o ambiente regulatório adequado e os bons resultados favorecem a entrada de capital nesse ecossistema.
Para Enrique Zapata, coordenador de Inteligência de Dados, Govtech e Governo Aberto do CAF, essa década será um período importante para estabelecer as bases para a maturidade do ecossistema govtech na América Latina.
“Trata-se de um fenômeno global e continuará crescendo exponencialmente. Num mundo em que as tecnologias avançam a cada dia, os governos contam com o setor privado para entender como aplicar e potencializar o uso dessas tecnologias em ambientes onde os orçamentos são escassos”, explica Enrique.
Ele pontua também que o salto para escalar esse crescimento é atualizar os sistemas de compras públicas, o que vai permitir uma relação mais fácil e ágil entre os governos e as govtechs.
Fonte: Jornal de Floripa
Os comentários foram encerrados, mas trackbacks e pingbacks estão abertos.